Mas dotados de uma certa inteligência, raciocínio e baseados na experimentação do mundo pelos nossos cinco sentidos, vamos tentando nos virar...
Imersos em uma sociedade que dita valores materialistas, somos bombardeados por uma imensa quantidade de informações sobre o que e’ sucesso.
Queremos ser amados, mas não temos certeza se merecemos. Assim, precisamos fazer por merecer, conquistar. Vencer !
Não raramente caímos em ilusões: Sentimos desejos, definimos nossos objetivos de sucesso exteriores a nós, tomamos as rédeas de nossa vida em nossas mãos e vamos "atrás dos nossos sonhos".
Em determinados momentos, passamos a acreditar em nós mesmos, na capacidade de realizar. Sentimo-nos todo-poderosos, aceleramos fundo... e vamos dando continuidade a essa epopéia egoísta chamada "minha vida".
Entretanto, a realidade não está muito aí para os delírios do nosso umbigo. Após efêmeros instantes de "sucesso", quando menos esperamos, numa esquina qualquer, vem o revés: um sonho não realizado, uma decepção, perdas financeiras e afetivas, problemas de saúde, a possibilidade da morte.
Baldes de água fria em nossos "sonhos", mas sobretudo lembretes da nossa pequenez.
O ser humano oscila ciclicamente na dualidade entre a ilusão de ser capaz de tudo e a conclusão de que é pequeno e impotente diante da vida...
E nesta montanha russa, o resultado raramente é uma vivência de paz e plenitude. Ao invés disso os movimentos para a cima e para baixo nos remetem a uma subida egoísta e arrogante, sempre seguida por uma descida frustrante em direção a depressão:
Durante a "subida", dizemos : Tudo que eu quero eu conquisto, Sou um(a) batalhador(a) e vou chegar lá , Vou vencer...
Durante a "descida", dizemos: Estou meio deprimido hoje , Acordei meio down hoje , Estou esgotado, A vida é uma droga mesmo, Porque comigo ? , A culpa é deles , De que vale viver ?
Como diria uma modelo internacional: "Eu não sonho, apenas os transformo em realidade". Dias depois, percebeu que estava doente: Anorexia.
Inconstância e incoerência parecem marcar o nosso viver, e como resultado sofremos e fazemos sofrer.
As Perguntas são:
Precisa ser mesmo assim ?
Ou será que algo está errado , não com a vida em si mas na forma como a enfrentamos ?
O que vai realmente nos levar a uma vida mais significativa, com mais harmonia, sem tanta angústia e sofrimento, com mais paz ?
As respostas vêm de um amadurecimento dos nossos propósitos, dos nossos valores, da nossa visão de nós mesmos e dos outros.
Trata-se de uma escolha: Ou nos conformamos e seguimos vivendo essa montanha-russa de emoções que denominamos vida ou buscamos um renascimento na forma de viver.
Emerge então uma proposta de renovação: Aventurar-se no amadurecimento do propósito da vida, indo além do sobreviver diário caracterizado por objetivos egoístas e mesquinhos e pela busca de prazeres intensos e efêmeros.
Esse renascimento só ocorre quando usamos nossa inteligência, sensibilidade e criatividade no sentido de um auto-conhecimento e um reposicionamento de nós mesmos em relação ao todo.
A combinação Psicologia + Fé descortina a possibilidade desse renascimento.
A Psicologia oferece caminhos para o auto-conhecimento, enquanto a Fé oferece a possibilidade de reposicionamento.
Psicologia sem fé : Não vai dar resultado se apenas nos conhecermos e não nos reposicionarmos, pois será apenas conhecimento e não transformação. Assim psicologia pura diagnostica, trata, mas não cura !
Fé sem Psicologia: Uma fé cega é incapaz de transformar, pois será apenas misticismo. Não é possível transformar algo que não se conhece, assim não poderemos ser transformados se não investigarmos com coragem nosso íntimo.
Assim, a Psicologia proporciona o aumento da consciência de nós mesmos e diagnóstico de nossos comportamentos disfuncionais, arraigados e condicionados pelo ego.
A Fé, por sua vez, passa por um redimensionamento de nós mesmos perante a Deus e nos oferece uma visão mais ampla do que chamamos vida.
Vida com Fé não é limitada a nós mesmos, mas expandida em direção ao próximo e por consequencia a Deus. Com a Fé, saímos de nosso casulo e voamos em direção ao Infinito Divino. Não um infinito qualquer, mas infinito imerso em compaixão, amor, mansidão e PAZ.
Entretanto, PSICOLOGIA e FÉ são apenas duas ferramentas...

A responsabilidade pela decisão é nossa ! Podemos deixar essas ferramentas no fundo sombrio da nossa garagem ou empreendermos uma caminhada, com uma ferramenta em cada mão buscando a nossa transformação , e por consequência a do mundo, em algo maior, melhor e mais significativo.
Eis a nossa proposta: Aventurem-se nessa busca... Temos a vida inteira para isso!
João Paulo Gavi