 O protestantismo negando tanto a Tradição quanto o  Magistério sofre desde os seus primórdios uma desintegração doutrinária  assombrosa. Onde Cristo fundou a Igreja Católica sobre a Rocha, Lutero e cia fundaram a igreja Evangélica sobre a areia movediça da sola scriptura e do livre exame.  E logo nas primeiras ventanias, pôs-se a casa dos reformadores a  desabar fragorosamente: tábuas lançadas aqui e ali, telha lá e acolá,  junturas e cacos em todas as direções.
O protestantismo negando tanto a Tradição quanto o  Magistério sofre desde os seus primórdios uma desintegração doutrinária  assombrosa. Onde Cristo fundou a Igreja Católica sobre a Rocha, Lutero e cia fundaram a igreja Evangélica sobre a areia movediça da sola scriptura e do livre exame.  E logo nas primeiras ventanias, pôs-se a casa dos reformadores a  desabar fragorosamente: tábuas lançadas aqui e ali, telha lá e acolá,  junturas e cacos em todas as direções.Vejamos como no princípio deste século, o  Reverendíssimo Pe. Leonel Franca já chamava a atenção para este fato,  descrevendo lucidamente o processo de desagregação doutrinária do  protestantismo, baseado no método da sola scriptura e do livre exame:  "Na nova seita (protestantismo) não há autoridade, não há unidade, não  há magistério de fé. Cada sectário recebe um livro que o livreiro lhe  diz ser inspirado e ele devotamente o crê sem o poder demonstrar; lê-o,  entende-o como pode, enuncia um símbolo, formula uma moral e a toda esta  mais ou menos indigesta elaboração individual chama cristianismo  evangélico. O vizinho repete na mesma ordem as mesmas operações e chega a  conclusões dogmáticas e morais diametralmente opostas. Não importa; são  irmãos, são protestantes evangélicos, são cristãos, partiram ambos da  Bíblia, ambos forjaram com o mesmo esforço o seu cristianismo" ( In  I.R.C. Pg. 212 , 7ª ed.).
Vejamos alguns exemplos práticos: um fiel evangélico  quer mudar de seita? Precisa-se rebatizar? Umas igrejas dizem sim,  outras não. Umas admitem o batismo de crianças, outras só de adultos,  umas admitem a aspersão, infusão e imersão. Aquela outra só imersão, e  mesmo há grupelho que só admite batismo em água corrente e sem cloro!  Aqui e ali as fórmulas de batismo são tão variadas como as cores do  arco-íris. Quer o sincero evangélico participar da Santa Ceia? Há seitas  que consideram o pão apenas pão (pentecostais) outras que o pão é  realmente o corpo de Cristo (Luteranos, Episcopais e outros). Uns a  praticam com pão ázimo, outras com pão comum, aqui com vinho, lá com  vinho e água, acolá com suco de uva. A Santa Ceia pode ser praticada  diariamente, mensalmente, trimestralmente, semestralmente, anualmente ou  não ser praticada nunca. Trata-se de ministérios ordenados? Esta seita  constitui Bispos, presbíteros e diáconos. Àquela só presbíteros e  pastores, alí pastores e anciãos, lá Bispos e anciãos, acolá presbíteros  e diáconos, outras não admitem ministro nenhum. Umas igrejas ordenam  mulheres, outras não. E por aí, atiram os evangélicos em todas as solfas  quando o assunto é ministério ordenado.
Após a morte, o que espera o cristão? Pode um crente  questionar seu pastor sobre isto? E as respostas colhidas entre as  denominações seria tão rica e variada quanto a fauna e a flora. Há  Pastor que prega que todos estarão inconscientes até a vinda de Cristo  quando serão julgados; outros pregam o "arrebatamento" sem julgamento;  outros, uma vida bem-aventurada aqui mesmo na terra; aqueles lá  doutrinam que após a morte já vem o céu e o inferno; no outro  quarteirão, se ensina que o inferno é temporário; opinam alguns que ele  não existe; e tantas são as doutrinas sobre os novíssimos quanto os  pastores que as pregam. Está cansado o fiel da esposa da sua juventude?  Não tem importância, sempre encontrará uma seita a lhe abrir  risonhamente as portas para um novo matrimônio. E de vez em quando não  aparece um maluco aqui e ali aprovando a poligamia?
Lutero mesmo admitiu tal possibilidade: "Confesso,  que não posso proibir tenha alguém muitas esposas; não repugna às  Escrituras; não quisera porém ser o primeiro a introduzir este exemplo  entre cristãos" ( Luthers M.., Briefe, Sendschreiben (...) De Wette,  Berlin, 1825-1828, II. 259 ). Não há uma pesquisa nos Estados Unidos que  demonstra que entre os critérios para um evangélico escolher sua nova  igreja está o tamanho do estacionamento? Eis o que é hoje o  protestantismo.
Mas o próprio Lutero que saiu-se no mundo com esta  novidade da sola scriptura viveu o suficiente para testemunhar e  confessar os malefícios que estas doutrinas iriam causar pelos séculos  afora: "Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem  admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo  não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as  seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças" (Luthers M. In.  Weimar, XVIII, 547 ; De Wett III, 6l ). Um outro trecho selecionado,  prova que o Patriarca da Reforma tinha também de quando em quando uns  momentos de bom senso: "Se o mundo durar mais tempo, será necessário receber de novo os decretos dos concílios (católicos)  a fim de conservar a unidade da fé contra as diversas interpretações da  Escritura que por aí correm" ( Carta de Lutero à Zwinglio In Bougard,  Le Christianisme et les temps presents, tomo IV (7), p. 289).
 
